domingo, 7 de junho de 2015

Fernão Capelo Gaivota X Amarradas e Oprimidas.

Fernão Capelo:

Tema/ problema:

Não aceitar as condições pré -determinadas, as limitações de um comportamento de vida de Gaivota.

Objetivo Geral:

Desafiar as condições impostas, não apenas voar para sobrevivência, mas descobrir quais são de fato as suas limitações reais, em relação a voar, altura e velocidade.


Amarradas e Oprimidas.

Tema/ problema:

As violências praticadas contra a mulher, por uma sociedade que pré -determina os papeis sociais.

Objetivo Geral:

Denunciar essas violências coletivas, que atravessam individualidades.

Modificação:

Tema/ problema:

Permanece sem alterações.

Objetivo Geral:

Desenvolver uma pesquisa a partir de experiências que afetaram individualidades de mulheres, que o utilizam como narrativa, para o processo de criação de uma obra artística. Como é o caso do grupo de teatro das oprimidas, Ocupa Madalena do qual é o meu objeto de análise.


Livros de Metodologia:



* Antônio Carlos Gil: Métodos e Técnicas  de pesquisa social; 6 edição
* Umberto Eco: Como se faz uma tese em ciências  humanas.
* Marina de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos: Fundamentos de metodologia cientifica.
* Normam K. Denzin/ Yvonna S. Lincoln: O Planejamento da Pesquisa Qualitativa: Teorias e Abordagens.
*Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som" do Martin W. Bauer e George Gaskell.

Skimming


* Marina de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos: Fundamentos de metodologia cientifica.
* Normam K. Denzin/ Yvonna S. Lincoln: O Planejamento da Pesquisa Qualitativa: Teorias e Abordagens.( só tive acesso ao índice, e me interessaram,pretendo adquiri-lo futuramente)
*Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som" do Martin W. Bauer e George Gaskell.


Drama Social da minha pesquisa.




          O drama social do meu objeto de pesquisa, são as violências sociais praticadas coletivamente contra a mulher, sustentadas pelas performances culturais.Para Judith Butler,  a ideia universal do que é ser homem e mulher parte de construções sociais determinadas historicamente afirmando o que o sujeito é no contexto social em que se vive:

Como ponto de partida de uma teoria social do gênero, entretanto, a concepção universal da pessoa é deslocada pelas posições históricas ou antropológicas que compreendem o gênero como uma relação entre sujeitos socialmente constituídos, em contextos especificáveis. Este ponto de vista relacional ou contextual sugere que a pessoa “é” – e a rigor, o que o gênero “é”- refere-se sempre as relações construídas em que ela é determinada (BUTLER, 2003, p. 29).

        Partindo desse conceito de sujeitos determinados, as relações se constroem de maneira esperada, e dentro desse contexto está aquilo que entendo por agressões. Agressões essas que são direcionadas ao sujeito mulher e partem de uma construção de valores, e referenciais atribuídos a esse sujeito, que se constroem e se reproduz a partir de um denominador simbólico¹, que reproduz certos padrões de comportamento para a sobrevivência de uma espécie, de vida, de corpo, e símbolo[1].      
O sistema patriarcal modelo político- social que se reproduz até os nossos dias é responsável pelas amarras que se constrói em cada mulher através da violência física, corporal, psicológica, moral, racial. Também são Amarras os papéis sociais que são empregados ao sujeito “feminino” como parte que constitui a pessoa que somos impondo uma identidade cultural.  “A mulher tem sido sempre “situada” num mundo de papeis e expectativas e fantasias sociais.” (BENHABIB; CORNELL, 1987, p.19) Ou seja, a mulher que foge desse padrão esperado e contraria as expectativas do modelo político social sofre algum tipo de violência, é construída uma amarra em seu mundo, em seu corpo, simbólica e/ou fisicamente pensadas como interdições sociais e culturais historicamente construídas.

 O fato é que vivemos e revivemos violências, discriminações que sustentam a desigualdade das relações de gêneros, por reproduzir um padrão comportamental entendido como Performances Culturais. Segundo Carlson:

O reconhecimento de que nossas vidas de acordo com modos de comportamento repetidos e socialmente sancionados cria a possibilidade de que toda atividade humana pode potencialmente ser considerada enquanto “performance”, ou que pelo menos toda atividade carrega uma consciência disso. (CARLSON, 1996. p.4-5).
           
            Dessa forma, a performance do cotidiano perpassa por repetições de ações simples, como também a ações sociais. As ações performáticas sociais também inseridas no nosso cotidiano nos leva a uma performatividade nas relações de gênero uma repetição comportamental que nós indivíduos tendemos a reproduzir por uma determinação de gênero, ao qual estão unidos ao definir um padrão. Ou seja, ao ser definida biologicamente do sexo feminino a mulher é ensinada a reproduzir uma série de comportamentos esperados e determinados pela sociedade. Funções, papéis e imagem que precisam corresponder ao esperado para que o padrão social permaneça. Mas será que isso está certo e de fato todos nós sempre repetimos os padrões e somos condicionados a reproduzi-los sem fim, sem abertura para um desvio, principalmente ao se tratar de papéis definidos por gênero?

Logo um dos meus objetivos é  analisar essas práticas a partir de relatos de experiências individuais, de mulheres que discutem esse lugar de violências e opressão através da arte.




[1] O denominador simbólico comum, diz respeito à resposta dada por grupos humanos, unidos por sua terra e no tempo, não aos problemas de produção de bens materiais, mas aos de re - produção, de sobrevivência da espécie, de vida e de morte, de corpo, de sexo, de símbolo. J. Kristeva, As novas doenças da alma, Rocco, 2002,p.216. 

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